segunda-feira, 22 de abril de 2013

Felicidade de Facebook me deixa puto!

O meio mais seguro para não sermos tão infelizes é o de desejar não ser feliz.

Schopenhauer

O facebook é uma ótima ferramenta de divulgação do meu blog. As visitas aumentaram depois que a página Metendo a Real, assim como várias outras, começou a divulgar o blog, e tem crescido bastante depois que eu abri a Página da Central.


Mas ficar ali dentro, olhando todas aquelas pessoas disputando umas com as outras quem é mais feliz me deixa puto. Fotos com todo mundo sorrindo, brindando a vida, esfregando sua pseudo-felicidade na cara dos outros; vadias postando merda para ganhar curtidas dos manginas depressivos e punheteiros; falastrões tentando exibir para os outros a sua "fodonice", emprego novo, carro novo ou qualquer outra merda do tipo.


O mais engraçado é que tem gente otária que acredita nessa epidemia de felicidade, como se todo mundo fosse feliz, menos ela. Já outros sabem que toda essa felicidade de facebook é fake, assim como qualquer tipo de felicidade; mas fazem questão de entrar no jogo, tentando exibir sua "grande" felicidade.


Uma das matrixes mais comuns que convivemos desde a infância é essa matrix da felicidade. Novelas, desenhos animados, filmes, seriados, histórias em livros e fábulas, todos retratam, à exaustão, a busca pela felicidade como objetivo de vida. História, para ser considerada de qualidade, tem que terminar com o famoso "felizes para sempre".

Segundo essa falácia, nosso objetivo final de vida é ser feliz (seja lá que diabos isso significa), e, sendo feliz, nada mais importa. Podemos ser pobres, feios, fudidos, arrombados, pega-ninguém, que, se formos felizes e de bem "consigo mesmo", estará tudo ok. Foda-se o desenvolvimento pessoal, o mérito, objetivos, porque tudo isso é inútil, afinal de contas; se a pessoa não é feliz, nada disso serviu para alguma coisa.

Essa falácia, assim como muitas outras, tem como único propósito confundir gente imbecil, afundando essas pessoas em uma mentira conveniente e confortável; mas que, no fim, só gera depressão, estagnação e revolta. As mulheres usam muito essa falácia para confundir os desavisados, dizendo coisas como "o importante é ser feliz do lado de quem você gosta". As empresas também falam muito em felicidade como forma de apelo para conseguir vender os seus produtos e serviços.

Hoje, eu vou destruir a falácia da felicidade de uma vez por todas, para desespero dos agentes da matrix. Se você é fraco, bundinha ou moderninho, recomendo parar a leitura aqui. Considere-se avisado!



Pra começar, uma verdade desoladora: felicidade não existe


Isso mesmo: não existe nenhum estado de constante euforia e êxtase, em que você vai se sentir como se estivesse nas nuvens o tempo todo tocando harpa e sonhando com flores no bosque. Eu, como cristão, até acredito em um estado assim no mundo após a morte; mas, aqui em vida, felicidade, como a imaginamos, não existe e nunca existiu.

O que existem são picos de euforia, como, por exemplo, quando compramos um carro novo, uma casa nova, quando completamos um curso poderoso, quando nosso time de futebol ganha ou quando vence o campeonato. São momentos muito bons, em que o cérebro libera substâncias que provocam êxtase temporário, fazendo com que a pessoa se sinta temporariamente "feliz". Mas, por mais eufóricos que tais momentos sejam, são apenas isso: momentos de euforia.

A gente até gostaria de que esses picos de euforia fossem constantes em todos os momentos da vida. Mas o fato é que são apenas picos temporários, não importa o quão relevante seja o motivo daquele pico de euforia. Se você ganhar um milhão de reais hoje, com certeza você vai ficar muito eufórico, em êxtase por dias, pensando em mil possibilidades do que você pode fazer com todo aquele dinheiro. Porém, tão logo aquela euforia passe, você vai voltar ao mesmo estado de espírito que você tinha normalmente antes de ganhar todo aquele dinheiro. Simples assim.

Você até pode tentar prolongar o pico de felicidade, por exemplo, comprando aquele carro que você sempre sonhou em ter, aquela casa enorme (se bem que, com o preço dos imóveis hoje, "casa enorme" com um milhão não é tão simples assim), aquela viagem dos sonhos, ou fazendo qualquer outra extravagância. Mas, por mais que você tente prolongar, uma hora ou outra você vai voltar ao estado de espírito anterior, sem choro.



Se não existe felicidade, então a busca pela felicidade é uma busca inútil. Se sua meta de vida é "ser feliz", é provável que você acabe deprimidinho, com crise existencial e doente. É normalmente assim que as pessoas acabam quando dedicam suas vidas a buscar algo que não existe.

Ao invés de buscar felicidade, as pessoas deveriam investir seu tempo e energia (que, aliás, são limitados e não podem ser desperdiçados) no próprio desenvolvimento pessoal. Deveriam investir suas energias limitadas em melhorar como pessoas, em todos os aspectos, e deveriam estar focados unicamente em atingir o próximo nível. 

Homens de verdade pensam assim. Eles não ficam refletindo se são felizes, se poderiam ficar mais felizes do que são atualmente, porque sabem que esse tipo de reflexão é inútil e altamente desmotivadora.

Apenas homens fracos e bundinhas têm crises existenciais, pensando em porque não são felizes e alegres feito bobos da corte. São homens com esse tipo de pensamento que entram em depressão e engordam os bolsos de psicólogos de merda e da indústria de antidepressivos.


Grave bem o que eu vou digitar aqui: se você não se sente bem consigo mesmo agora, enquanto busca seus objetivos, você não se sentirá bem quando atingi-los! Continuará a mesma pessoa infeliz que você é agora! Ou, pior,  talvez fique ainda mais infeliz, quando perceber que aquela conquista, a qual você dedicou tanto esforço e energias, não é capaz de te fazer feliz!

Aquela frase que eu postei no início do texto, do Schopenhauer, é bem real: buscar felicidade nos torna profundamente infelizes e depressivos. Quanto mais focado você estiver na busca pela felicidade, mais profunda será sua depressão lá na frente, e mais difícil vai ser de sair!

Sua "felicidade" (prefiro o termo "bem-estar") não pode estar ligado de forma nenhuma a suas metas pessoais! Separe uma coisa da outra: suas metas servem apenas para que você consiga cumprir metas ainda maiores! Apenas isso! 


Se você tem como meta comprar um carro, é porque esse carro irá facilitar sua vida para alcançar outras metas! 

Se você tem como meta conseguir um emprego melhor, é porque o salário vai permitir que você atinja outras metas ainda maiores! 

Se você está sozinho e tem como meta fazer sexo, é porque o sexo lhe trará o relaxamento necessário para que sua criatividade seja liberada e, assim, você possa buscar resultados ainda maiores!


E assim podemos estender a todas as outras metas de vida. Toda meta que você traça tem como único objetivo ajudar a cumprir outra meta maior; e outra ainda maior; e outra, e outra. Não existe meta final! Só paramos de traçar metas quando morremos! 

E cada conquista tem seu valor por que nos gera um momento de euforia; e esse momento, apesar de não ser eterno, também tem o seu valor. Sentir o gosto da vitória vicia, e nos faz buscar vitórias cada vez maiores, só para sentir esse gosto de novo, e de novo, e de novo...

Dito isso, se você é do tipo que gosta de pegar atalhos para chegar antes dos outros (um trapaceiro desonrado), você não vai conseguir alcançar felicidade antes de ninguém. Já sabemos que mesmo quem está no topo não é feliz, então ninguém vai atingir felicidade antes de ninguém mesmo. No máximo, pulará várias etapas, terá um número menor de vitórias, menores picos de euforia, e uma vida mais sem graça. Para mim, pegar atalhos é e sempre foi uma péssima escolha.

3 comentários:

  1. Mas esta questão da "busca pela felicidade" é ideologia do laissez-faire. Está na Declaração de Independência dos Estados Unidos, redigida pelos Pais Fundadores:

    "We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal, that they are endowed by their Creator with certain unalienable Rights, that among these are Life, Liberty and the pursuit of Happiness."

    "Consideramos estas verdades como auto-evidentes, que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes são vida, liberdade e busca da felicidade."

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  2. "Nada corrompe mais que a felicidade".

    Existe aqui é uma paz de espírito, mesmo você passando por problemas, não se abale, mantem-se firme e sereno porque está com Deus.

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